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algumas
idéias sobre a
Cooperação-em-Rede
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SÓ
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ALGUMAS
IDÉIAS SOBRE A COOPERAÇÃO-EM-REDE ENTRE INSTITUIÇÕES 1.
Parece útil, de início, distinguir dois tipos de cooperação: Cooperação
na Missão: estruturas individuais (de cada instituição)
contribuem para a realização de missões ou tarefas em comum. Cooperação na Estrutura:
estruturas comuns (desenvolvidas em rede) contribuem para a realização
de missões ou tarefas individuais (de cada instituição). Naturalmente,
as relações entre instituições podem ser de um ou de outro desses
tipos, ou combinações dos dois em diferentes graus. 2.
A conexão em redes está aí para ser um alívio, e não
um aumento da carga de cada participante! Todos nós já fazemos
coisas demais. Podemos cooperar com as atividades já existentes,
uns dos outros - e não inventar atividades novas para a rede. Isso
pode ter seu lugar mais à frente: é para uma rede já bem constituída
e madura. 3.
As redes mais autênticas serão as formadas por instituições
em relativo pé-de-igualdade. Se formos uma rede de
iniciativas-civis-sem-fins-de-lucro, os rumos deverão ser definidos e
as decisões tomadas prioritariamente pelos participantes que têm
conhecimento vivencial da realidade típica dessas iniciativas. Entidades
de um “setor 2,5” (como as do Sistema S) podem estar presentes
colocando recursos à disposição, porém não na liderança (pois
desconhecem já a realidade prática mais dramática das pequenas OSCs,
que é a captação de recursos sem o respaldo de uma imagem
institucional poderosa). 4.
Também quando o poder público convoca à formação de redes é
preciso ter cuidado - pois ele normalmente quer apenas executores, achando
que sabe como fazer..., enquanto que as OSCs (organizações da
sociedade civil) precisam preservar-se como campo de liberdade de
renovação, de desenvolvimento de novas formas de atuar - e também
de pressão para que o Poder Público seja de fato público! 5.
É preciso não confundir a atividade com a
administração (da estrutura que serve a essa atividade
- p.ex.
educação). A propalada “Profissionalização do 3.º Setor”
tem sido puro investimento na administração, e praticamente esquece a
atividade em si. É preciso ter certeza de que a administração não
“manda”: ela é meio para a realização da atividade, e
portanto subordinada aos objetivos desta. Correspondentemente,
os gastos com a administração, e mesmo o ganho individual de
administradores, deveria estar em segundo plano em relação aos gastos
com os executores (p.ex. educadores). 6.
No entanto, a administração e a captação de recursos são
o maior desafio das pequenas instituições. A “Profissionalização
do 3.º Setor” consiste fundamentalmente em cursos e consultorias, porém
o problema das instituições é muito mais encontrar e manter quem faça.
Quem diga como fazer, isso está sobrando! 7.
Mas se levarmos em conta o
Ponto 5, vemos que é efetivamente impossível a uma pequena instituição
manter um departamento administrativo capaz de enfrentar as tremendas
exigências burocráticas brasileiras, sem prejudicar com isso a execução
da sua missão. (Quem está com tudo em dia em todas as frentes?) Provavelmente
a melhor forma de enfrentar isso seria formar de Redes de Estrutura
(conforme
o Ponto 1). 8.
Em conjunto (de modo cooperativo) pequenas entidades poderiam
contratar o serviço de profissionais experientes - pois do mesmo
modo como não se devem entregar os anos iniciais da escola aos
professores novatos, não se deveria entregar a administração de
instituições frágeis a estagiários ou profissionais inexperientes. 9.
Provavelmente o primeiro passo seria a contratação conjunta de serviços
administrativos no sentido burocrático, incluindo contabilidade,
assessoria jurídica etc., bem como iniciativas gerais de divulgação.
Esses serviços responderiam a um órgão colegiado decisório e
ativo, com representação
de todas as iniciativas. 10.
Um segundo nível seria organizar em conjunto a Captação
de Recursos - p.ex. um mesmo captador, neutro, anda com um
portfolio de projetos de diversas instituições. Esse porém é um
passo muito mais complexo, para uma rede altamente amadurecida -
o qual porém pode ser atingido com um bom tempo de trabalho
conjunto, se houver vontade verdadeira. |
Esta
é a forma original das proposições, apresentada no Encontro de Todos os
Santos. Veja
também as Condições Vitais para a
Cooperação, texto complementar a este, Página inicial da Trópis: www.tropis.org |