algumas condições
VITAIS
para a Cooperação

SÓ UMA REVOLUÇÃO ÉTICA PESSOA-POR-PESSOA PODE SALVAR O BRASIL!
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ALGUMAS CONDIÇÕES VITAIS PARA A COOPERAÇÃO
segundo a experiência da Pedagogia do Convívio na Trópis

Versão 2, revista em dez.2003, de material apresentado no Encontro de Todos os Santos, em
São Vicente, 01.11.2003.
LINK NO FIM DO TEXTO PARA O RELATO GERAL DO ENCONTRO E OUTROS MATERIAIS

Boas idéias não faltaram até hoje para enfrentar tods os problemas do mundo - idéias técnicas, políticas, religiosas etc. Se os problemas continuam aí é porque resistem apoiados em atitudes que existem tradicionalmente em cada pessoa. 

Neste momento o mundo inteiro desperta para a cooperação, a atuação em redes etc. - e cremos que o caminho é esse mesmo. Ao mesmo tempo, sabemos que a cooperação não é viável... a não ser entre pessoas que decidiram se auto-educar para cooperar.

Muita coisa poderia ser dita sobre essa necessária auto-educação, porém estamos em busca é do pouco: daquele pouco que seja realmente essencial! Nesse sentido compartilhamos alguns pontos, todos observados na prática da Pedagogia do Convívio que vem sendo desenvolvida na Trópis desde 1993. 

(1)  Confiança inteligente: sem uma atitude fundamental de confiança é melhor nem começar! 
É claro a confiança precisa ser cuidadosa, mas por sua vez esse cuidado precisa ser contido e fortemente autocrítico (desconfiar de si mesmo e da própria desconfiança).

(2)  Minimalismo: regulamentações, formalidades, intervenções, condições, exigências devem ser mantidas no nível mínimo indispensável.

(3)  Cuidado na comunicação: absoluto respeito e delicadeza na comunicação inter-pessoal. Busca permanente de entender a posição do outro. Jamais falar (em voz alta ou mentalmente) antes que o outro conclua sua fala. Autocrítica permanente quanto à proporção entre o falar e o ouvir.

(4)  Pontualidade: mostra de que reconheço que o outro, e seu tempo, são tão importantes quanto eu e o meu tempo. Mais: é uma forma de amor (já viram quem está apaixonado se atrasar?)

(5)  Palavra: é a contraparte da confiança, o cimento sem o qual qualquer empreendimento desmorona. O que foi combinado em conjunto só pode ser descombinado em conjunto. Quem não tem certeza que estará disposto a todos os esforços para cumprir o que disse, é melhor que nem diga: 
palavra sem valor, sociedade sem futuro!

(6)  Pluralismo: não é preciso concordar em tudo para colaborar. Aceitação (ou tolerância) inabalável pela diversidade de caminhos, visões, jeitos-de-ser: a única coisa que pode (e tem que) ser excluída é a atitude de exclusão ou de imposição. (Notar: a atitude, e não a pessoa: a exclusão de pessoa ou instituição é recurso extremo, apenas quando essa pessoa ou instituição, ela mesma, adere firmemente às atitudes de exclusão ou imposição).

(7)  Paciência nas decisões: decisões duradouras não se constróem com votações onde resta uma parte derrotada, e sim pela trabalhosa construção de soluções de consenso que contemplem todas as posições em alguma medida; para isso todos os participantes devem ter também a maturidade de aceitar certa medida de perda em suas posições, e de não colocarem exigências além do mínimo indispensável.

(8)  Modéstia prática: nunca agir ou falar como já tendo respostas suficientes - seja com base na experiência, num phd, na Revelação Divina ou no que for: isso seria uma forma de atitude de imposição (ver 4). A realidade é sempre maior que o saber de qualquer pessoa, e exige o tempo todo a construção de respostas novas; e quando se coopera, essa construção precisa ser conjunta. Que as pessoas envolvidas sintam uma relação pessoal com o sistema construído é mais importante que a eficiência do sistema em termos abstratos.   
 


Veja o texto 
Algumas Idéias para a Cooperação-em-Rede entre Institutições

complementar a este, também apresentado no Encontro de Todos os Santos.

Confira o RELATO DO ENCONTRO

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